quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Peçonhento

Trago o cigarro por aceitação
Pago picarro por própria punição
Na borda da cratera
Na corda coleira da fera

Cortar-me sentir endorfina
Esmagar-me ficar mais fina
Pela crina, minha própria cabeça
Sempre lembrar por mais que esqueça

Não mais, já vivi muito
Me trás mais, toda a vez que surto
Curto com tudo
Explodo e morro

Sou venenoso
Peçonhento
Sou sujo
Traiçoeiro
Sou nuclear
Radioativo

Da escuridão assisti
Minha própria ação assenti
Faz-me necessário em cena
Involuntário, natureza me acena

Mas me seguro
Impuro só para mim
Assim, mãos atadas
Para nunca
Minhas presas afiadas

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