terça-feira, 5 de março de 2013

Cinzas Guardadas

Cai?
É escuro de novo, no mesmo lugar.
Afinal o que há aqui para mim?
Quem não me deixa sair?
Há algo que esqueci de aprender?
Alguma coisa que deixei para trás?
Alguém?

Adormeci ou estou acordado?
Sou sólido ou isso derretendo em meu peito?
Alguma dor?
Essa dormência?
O mesmo rio?
Disseram nunca o mesmo rio,
mas em sua margem a mesma pedra,
a mesma árvore.
O mesmo eu?

Estou sozinho?
Estão todos aqui?
Choro pelo quê?
Sofro por quem?

Vai me acompanhar até o fim?
É só você quem tem coragem de me amar?
Ou sou eu que te amo?
Aqui para não me deixar vazio?

Companheira que me tortura
Me devasta
Em poeira sob o tapete de casa
Quebrado debaixo da cama
É sempre meu fim

Estou sempre morto
Cinzas guardadas nunca ao vento
Sempre longe demais para se alcançar
E não há o que salvar

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