sábado, 12 de agosto de 2017

Profano

Não é amor que estamos consumando
Mais do que apenas desejo
Eles disseram que dois errados não fazem um certo
Mas, querida, parece que acerto com você por perto
Com minhas mãos te cerco
É com elas que no escuro te enxergo

Resiste um pouco para brincar
Mas como tão próximo de seu olhar
Sua respiração quente em meu rosto
Como aquele dia em Agosto

Gotas de suor
Ou seria sua saliva?
Não nos resta alternativa

Sou eu escorrendo entre suas pernas
Pressionados contra a parede a gente se alterna
Sozinhos nas paredes dessa taverna

Tiro suas roupas e esse sorriso sacana
O calor de seu corpo grudado em minha cama
Camada por camada por camada
Gemidos entre nossa voz calada

Penetrando por todas as camadas de você
O cheiro de seu medo em mim
O gosto de sua vergonha em minha lingua
E a sua culpa, tão sua
Tão sua nesse momento
Vazando para mim
Ah! Eu sempre quis assim

Entrelaçado no vazio do orgasmo
Em estase me deixar pasmo
A única que desejo ano após ano após ano
O que significa meu grito profano

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