segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Esotérico/Místico/Ciência e Fé

Esotérico/Místico/A Ciência e a Fé.

Um dos argumentos imbatíveis dos teístas sobre a existência de Deus é o famoso “Eu senti Deus, eu sinto Deus.”. E ninguém pode dizer nada sobre o que outra pessoa sente. O sentir guia a todos nós por nossas vidas, sentimos a cama em que dormimos, e isso é um dos motivos que sabemos que ela está lá, sentimos sede, fome, sentimos a água e a comida que consumimos. Sentimos tristeza, desespero, agonia, sentimos felicidade, paz e amor. Como pode o mesmo sentir guiar pessoas para caminhos tão diferentes? Ainda mais quando se trata de um conceito que seria supostamente universal e uno, como “Deus”.
Hoje através dos olhos da ciência sabemos que existem diversos e diversos fenômenos que ocorrem a nossa volta, muito longe do alcance de nossa humana e ordinária percepção. Por exemplo, existem cores mais escuras que o preto e mais claras que o branco. Nossos olhos apenas não registram essas cores então nossa mente não tem a capacidade de interpretá-las. O mesmo ocorre com freqüências sonoras, sons abaixo de 20 hzt e acima de 2.000 Hrtz são inaudíveis para nós. Mas aquilo que cria as cores e os sons ainda estão lá, mesmo que não possamos percebê-las.
            Oficialmente temos apenas 5 sentidos. Você deve conhecê-los mas a se saber, tato, alfato, paladar, audição e visão. E são apenas através desses sentidos que conhecemos o mundo. Mas sentimos muito mais do que isso, sentimos fome, calor, sentimos a presença das outras pessoas, sentimos a passagem do tempo, sentimos epifanias, depressões, euforia. Sentimos o toque de outras pessoas com impressões diferenciadas. Sentimos quando estamos sendo observados.
            Como pode os nossos cinco sentidos básico nos dizer isso? Nosso “sentir” se estende muito além desses cinco sentidos. A ciência já identificou e classificou como sentido outros aspectos de nossa mente como magnetocepção, a capacidade de sentir campos eletromagnéticos, ou então cronocepção, a capacidade de sentir a passagem do tempo. A existência da capacidade de sentir campos eletromagnéticos em humanos explicaria o “sentir Deus”, e outras sensações estranhas que algumas pessoas sentem. No nosso cérebro temos uma glândula chamada glândula pineal. Entre outras, em sua composição encontra-se cristais de apatita. A apatita tem a capacidade de reverberar ondas eletromagnéticas, podendo assim, dentro do cérebro interpretar informações passadas através dos mesmos. Você já sentiu algo estranho quando alguma pessoa entrou no lugar onde você está? Sabe aquele momento numa conversa que duas pessoas dizem a mesma coisa ao mesmo tempo? Ou então alguém diz o que você estava pensando em dizer? Já pensou em algo e esse algo aconteceu momentos após? A física quântica nos promove vastas informações sobre partículas subatômicas. Essas partículas tem um comportamento absurdo para a lógica como existir em dois lugares ao mesmo tempo, ou andar para trás no que chamamos de tempo. A existência de seres como esses na constituição de nossa realidade física e a capacidade do cérebro de poder interpretar informações que não estão imediatamente apresentadas através de emissões receptíveis à nossos cinco sentidos básicos abre espaço para interpretações absurdas sobre o que de fato é real e como a realidade funciona, e também abre a possibilidade de tais fenômenos não serem de ordem “sobre-natural”, e sim partes constituintes da natureza portanto visíveis aos olhos da ciência.
            Mas não precisamos ir tão longe para entender o oculto. A ciência reconhece a existência do que é chamado de efeito placebo, tanto que hoje é pré-requisito para um medicamento um teste cego com o placebo para estudar seus efeitos. Para os desavisados, o teste do placebo funciona dando-se o medicamento verdadeiro para um grupo e um medicamento falso para outro então comparasse a reação de ambos para contrastar e conferir os efeitos psicológicos de se tomar algo  acreditando ser o remédio. Se uma pessoa acredita que está doente, ela adoece. O poder da mente sobre a matéria é imperativo. Nossas crenças e escolhas na vida afetam a estrutura física de nosso cérebro, criando e desconectando ligações, o tempo todo. O próprio crer, a crença em si tem uma existência física em forma de ligações neurais específicas dentro de nosso cérebro. Aquilo que você acredita, é; na mente que forma a realidade.
            Com um pouco de atenção e intenção é possível identificar essas crenças e mudá-las, de forma a tornar a mente mais adaptada à realidade. Isso existe por questões evolutivas. Se crer que tal planta é venenosa e ela de fato for venenosa, a crença de que a planta é venenosa salva a vida do indivíduo. Nada mais simples. Mas o que acontece quando temos crenças que são desajustadas à realidade, ou então negativas para o organismo, como “eu não sou nada”, “eu não faço nada direito” ou “ninguém me ama e nunca receberei amor!”? Obviamente a mente e o corpo agirão de acordo com essa crença, podendo levar o ser a adoecer de diversas formas. Repetindo, a mente é imperativa sobre a matéria.   
            As religiões usam de artifícios simbólicos para o indivíduo voltar a sua crença na direção que eles desejam, um mecanismo de controle social. Os simbolismos que as religiões são tão fortes e primordiais para a nossa psique que podemos nem sequer nos darmos conta de sua existência em escolhas e momentos de nossa vida. De forma geral os mecanismos usados são a perpetuação de sentimentos negativos para o controle sobre a moralidade do indivíduo, como por exemplo “Jesus morreu por você!”, “Deus matou seu filho para salvar você de seus pecados!” a mente em seu nível mais instintivo entenderá isso e o indivíduo projetará sua culpa, medo, vergonhas e receios nessas crenças e então a esses sentimentos estarão perpetuados na mente do indivíduo. Acreditar que esses sentimentos advém de Jesus ou de Deus é mais estético do que assumir responsabilidade pelos mecanismos de nossa psique, no caso, o complexo edípico, a culpa por desejar a morte de seu próprio progenitor do mesmo sexo, e a vergonha de desejar sexualmente o progenitor do sexo oposto (em heterossexuais, em homossexuais o mecanismo é o mesmo, apenas invertido.)  Projetar nossos sentimentos e comportamentos que consideramos negativos no outro é um fenômeno universal, se um grupo projeta a responsabilidade da mente do indivíduo sobre suas ações numa imagem como, pro exemplo, o diabo disfarçado de serpente oferecendo o fruto proibido para os inocentes e puros primeiros humanos, é fácil para a mente desse indivíduo não se responsabilizar por suas escolhas e decisões, tornado-se assim cego para com seus próprios sentimentos, crenças e ainda projetará essas qualidades negativos nos outros, provavelmente tentando empurrar esse papel em outros, criando assim um ciclo vicioso de projeções que apenas levam á ignorância de si mesmo e ao indivíduo sem perceber negar seu próprio poder sobre sua mente.
            Hoje o poder não está no indivíduo e sim voltado para as instituições sejam elas religiosas, estatais, governamentais ou de qualquer outra espécie. Isso cria um afastamento entre os indivíduos pois aquele que não conhece seu próprio poder não se conhece por completo então é incapaz de conhecer o próximo por completo, e a mente daquele indivíduo fica a mercê das escolhas e decisões daquelas instituições. Instituições essas que não estão interessadas no bem-estar físico, mental e emocional do indivíduo, contanto que ele tenha a possibilidade de ser funcional para a instituição, ou seja lucrativo de qualquer forma.

É questão de saúde global devolver o poder ao indivíduo, e isso só é possível através do reconhecimento desse em cada um de nós, que por sua vez só é possível através do auto-conhecimento.

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