terça-feira, 2 de setembro de 2014

A Nascente

Essência que sinto
Luz intrínseca do ser
Avassalador impulso
O desejo de viver e entender
Compreensão
Descomunal inominável uno
Íntima incessante ascensão

Entrego-me
Ofusco escuridão em fulgor
No tártaro do ser de minha própria morada
Longínquo pranto de minha própria criança
Pretérito estígma e ferida
Envolvo-me
Pureza e maestria
Infantil proeficiência
Ressignificar e transcender

Envolve-me e me guia
Esclareça-me sobre ti, óh mãe Gaia
Dádivas de teu útero e pleno amor
Uno contigo
Quebra ilusão da separação
Eu, uma onda de ti

Mutável memória de minha estória
Óbvio óbito de minha pessoa
Livro-me dos grilhões de minha trajetória
Então eu mesmo
Presente tempo e espaço
Agora único ao qual pertenço

Em torno da multidão
Brecha para propalar iluminação
Conduza-me e governo-te à serenidade
Proclama-me teu deus
Coroa-te meu rei
Vivênte onipresente professor
Fere-me afável educador
Talha-me à gravar meu redor

Desfazer-me do todo a colher
Destemido perante o morrer
Outrora ventura passada fortuna
Sublimar a fonte ao estado primal
Paz eu no celeste e infernal
Minha raíz e a própria matriz
Desimpedido natural amor incondicional
Meu irmão, o todo e à mim
Entrelaçamos todos
Em unissono a dizer
"Somos apenas o ser"


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