terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ela

Ela não vai cair como uma presa
Ela vai voar direto em meu pescoço em apenas uma mordida
Eu não vou vê-la chegar
Nunca saberei exatamente o que me atacou

Ela não vai pedir permissão antes de arrancar um pedaço de meu coração e comê-lo na minha frente
Enfiar suas unhas em minhas costas
Ela brinca com comida
Ela brinca comigo

Ela vai rasgar minha pele e comer de minha polpa
Para eu estar dentro dela
Para ela saciar sua fome de mim

Ela vai brincar comigo
Vai correr pelos minhas selvas, meus desertos, minhas veias
Chegar até minha casa vazia
Me pegar ainda deitado na cama

Ela vai me ver primeiro
Eu a atacaria antes se fosse de outro jeito
Ela, faminta macia carne que eu morderia
Pele macia e salgada para saborear
Brinquedo felpudo gostoso de tocar
Ela

Pequeno frasco do mais entorpecente vinho
Líquido negro gelado descendo minha garganta
Fruta que eu morreria para provar
Afiado corte, lapidadas formas
Elegante movimentos em selvagem atos
Dente fino sugando meu sangue


Ela
Perfume doce que senti um momento antes
Garras inquietas cavando a minha pele
Mordidas viciantes que eu morreria por
Pequena pela qual eu morreria


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