terça-feira, 23 de agosto de 2011

Peso cultural

"We dreamed of a world in peace
But killed for a life of ease"


É um consenso quase unânime ver que nós não estamos criando nenhum paraíso em nosso planeta. Nós vemos claramente que não estamos fazendo o melhor para a nossa própria vida.
Nascemos em um mundo onde é mais barato morrer, inalando o perfume da dívida, fazendo parte de planos que não escolhemos, caminhando por caminhos pré-estabelecidos por outros, sendo iludidos achando que estamos interferindo em algo votando em nossos líderes, comprando conforto, atendendo necessidades que as propagandas enfiam em nossas cabeças. Apenas seguindo passos de outras pessoas que não conseguiram sair vivos dessa vida.
Hoje somos quase sete bilhões de indivíduos. Ocupados demais levando nossas crianças para as creches, nossos avós aos asilos, indo para nossos escritórios. Consumindo qualquer coisa que tenha uma embalagem colorida e um bom comercial na televisão
Sete bilhões.
Todos sonhando com um paraíso que não estamos construindo. Aceitando mentiras como desculpas. Tendo burocracia (apenas papéis) o maior impedimento para montar nossas próprias vidas.
Jesus, Buda ou Ala nos ensinou a amar o próximo como a si mesmo. E fingimos que seguimos esses ensinamentos. Mas cruzamos com mendigos deitados nas calçadas pedindo comida, implorando por respeito e redenção sem dor, e não fazemos nada. Não podemos fazer muita coisa.
Somos impedidos por uma cultura onde qualquer ato de bondade é suprimido e apagado. Onde apenas problemas geram lucro. Somos forçados a fechar nossos olhos, aceitar o muito pouco que fazemos.
Seguimos estruturas políticas, educacionais e sociais achando que estão fazendo o melhor por nós. Damos a eles o poder de nossa decisão por nossas vida, nossos atos e nossos pensamentos.
E assim, criamos um mundo onde a cada 5 segundos uma criança morre de fome. Um mundo onde pessoas não tem acesso nem a água potável. Onde o estado comanda com métodos draconianos o nosso comportamento como cidadãos, como um pai frustrado com a própria vida.
Você pede a Deus por um mundo melhor? Você pede à seu prefeito por uma cidade melhor? Você implora para quem por uma vida melhor?
Estamos vivendo as consequências de atos passados. Falhas culturais gigantescas, globais. Problemas que TEM SOLUÇÕES.
Mas as soluções estão tão longe do modo como vivemos que não conseguimos nem imaginar.
Imaginamos como John Lennon imaginou, mas fazemos apenas os papéis sociais que nos pedem. Somos apenas consumidores.
Estamos matando uns aos outros porque achamos que estamos certos, porque estão roubando nossas coisas, porque podemos ficar sem recursos. Estamos nos matando como cultura.
E o que mais os mortos podem fazer?

Nenhum comentário:

Postar um comentário