Gaia, fizeste isso com vossos próprios filhos?
Que em algum momento andaram para fora dos trilhos
Meu velho irmão em quem confiaste minha guarda
Veio a ficar insano quando vestiu uma farda
Agora isso que chamamos de lar
Se tornou uma mera desculpa para quem pode comprar
A coroa do rei feita de plástico e papel
Nos revela em números como és cruel
Não lembro de ter assinado nenhum contrato
Com nenhum engravatado escondido no anonimato
Imposto como todos a engolir uma dívida
Baixam a cabeça sem respostas para dúvida
Estamos todos perdendo os frutos
Nessa terra da perdição que fizemos de seu paraíso
Criamos sozinhos líderes absolutos
Desenhando sozinhos seus planos precisos
Nos fazem acreditar que somos todos tão pequenos
Indefesos, sem poder
Estamos todos pressionados aos extremos
Sedentos por frutos que não podemos comer
Agora ajoelho meu pescoço nu
Me rendo aqueles que contam a renda
Minha cabeça decepada por sua lâmina
Estadual, municipal, governamental, federal
Clamando propriedade sobre minha alma
E deitado em meu leito de morte
Encontrarei algum consolo com sorte
Controle sobre o que tudo nessa vida fui
Risadas daqueles que me corpo usufrui
O preço nas cabeças dos bebês lhes atraem
Como sentirão em relação à vida...
... quando descobrirem que ela te trai.
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